Olá meus queridos,
Atendendo ao pedido do Papa Francisco hoje, sexta feira, proponho rezarmos o Terço das Sete Dores de Maria.
O Terço ou Coroa das 7 dores de Nossa Senhora faz parte da tradição da Igreja desde a Idade Media, porém foi depois das aparições em Kibeho, Ruanda, na Africa que tornou-se mais conhecido.
Esta aparição a sete jovens foi reconhecida como autêntica pela Santa Sé em 21 de junho de 2001.
Em 2003 construiu-se um Santuário em honra a Nossa Senhora das Dores, exatamente no local das aparições e, ainda hoje, este santuário recebe peregrinos do mundo todo.
A mensagem de Nossa Senhora nesta aparição consiste no pedido de penitência e conversão e, também, na busca das cinco pedrinhas: EUCARISTIA, CONFISSÃO, PALAVRA, JEJUM, ROSÁRIO.
Também, Nossa Senhora pediu que fosse propagado o terço meditando seus sofrimentos e dores e prometeu, a todos os que atenderem ao seu chamado graças e milagres especiais.
Nossa Senhora apresentou-se aos videntes como Mãe da Palavra, Mãe do Verbo, mas também como Mãe das Dores, porque ainda sofre por cada um de nós, seus filhos e filhas.
No terço das Dores, ensinado por Nossa Senhora aos videntes, Ela ensina a chamar-Lhe de Mãe da Misericórdia.
Nossa Senhora confiou a vidente Marie-Claire Mukangango a missão de reintroduzir a devoção especial ao Terço das Sete Dores e, em obediência a este chamado, a vidente viajou muito e ensinou muitos fieis a rezarem este Terço. Dizia a vidente:
"Este Terço rememora as sete maiores dores sofridas pela Virgem Maria, ainda que com amor e compaixão, durante toda a sua vida, a provação e a morte agonizante de seu filho, Jesus Cristo.
Ele é especialmente valioso para o coração Imaculado da Santíssima Mãe e ela quer que o rezemos o máximo que pudermos."
Com relação ao poder da oração do Terço das Sete Dores, Nossa Senhora revelou que possui um grande poder espiritual, prometendo a quem o rezar de coração contrito e aberto, o perdão de Deus quanto aos pecados, livrando as almas da culpa e do remorso. Também, com a oração constante do Terço das Sete Dores, Nossa Senhora prometeu que se desenvolveria dentro de nós a compreensão dos motivos que nos levam ao pecado e, com esta compreensão, a sabedoria e a força para alterar e remover completamente qualquer vício interior, fraqueza de caráter ou problemas de personalidade que foram motivo de nos distanciar de Deus e da alegria do céu.
Este precioso presente do céu que nos foi dado pela Nossa Mãe Dolorosa, se feito com devoção, concede ao fiel a graça de mudança de vida, de paz e felicidade, de realizar e viver os sonhos de Deus, pois nos aproxima da verdade e da Luz.
Nossa Mãezinha Dolorosa sugeriu a Maire-Claire que o Terço fosse rezado sempre que possível, mas especialmente nas terças e sexta-feiras: na terça porque foi o dia da semana em que Nossa Senhora apareceu a vidente e na sexta porque foi o dia em que Nosso Senhor foi crucificado.
Como ficar indiferente a este apelo da Mãe de Deus, principalmente neste tempo difícil que a humanindade vive?
O Papa Francisco deixou-se tocar por este pedido e convidou-nos a oração do Terço nesta última sexta feira da Quaresma.
Então, vamos fazer?
Segue o audio onde rezo o terço, convido que o faça comigo.
Contudo, abaixo, vou colocar o terço ensinado por Nossa Senhora, com a ladainha para que você, querendo, possa imprimir e rezá-lo com frenquencia, afinal, a graça prometida, se alcançada, será um grande presente em nossa vida!
Deus abençoe!
A PAZ!
REZANDO O TERÇO DAS SETE DORES DE NOSSA SENHORA
Inicia-se com o Sinal da Cruz: Em nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo. Amém.
Oração Introdutória: Ó Deus e Senhor meu, eu vos ofereço
este Terço para a Vossa glória, para que sirva para honrar a Vossa Santa Mãe, a
Virgem Maria, e para que eu a possa compartilhar e meditar os seus sofrimentos.
Humildemente eu vos peço: concedei-me o arrependimento verdadeiro de meus
pecados e dai-me a sabedoria e a humildade necessárias para que eu receba todas
as indulgências concedidas por essas orações.
Ato de Contrição: Senhor meu, Jesus Cristo, Deus e homem
verdadeiro, Criador e Redentor meu: por serdes Vós quem sois, sumamente bom e
digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque Vos amo e estimo, pesa-me,
Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido; pesa-me também de ter
perdido o Céu e merecido o Inferno; e proponho firmemente, ajudado com o
auxílio da Vossa divina graça, emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender.
Espero alcançar o perdão de minhas culpas pela Vossa infinita misericórdia”.
Rezam-se três Ave-Marias.
1. Mistério da Primeira Dor de Maria: a profecia de Simeão
Jaculatória: “Ó Mãe de Misericórdia, lembrai-nos sempre das
dores de vosso filho, Jesus Cristo”.
Meditação: A Santa Virgem Maria levou Jesus ao Templo de
Jerusalém, como mandava a tradição que dizia que todos os recém-nascidos
deveriam ser abençoados no Templo perante Deus. Lá, o velho sacerdote Simeão
segurou o menino Jesus em seus braços e o Espírito Santo encheu o seu coração.
Simeão então reconheceu Jesus como o Salvador prometido e elevou a criança na
direção do Céu, dando graças e louvor a Deus por ter cumprido a promessa que
Ele havia feito a Simeão – a de que ele viveria o suficiente para ver o
Messias.
‘Eis que agora Vosso servo pode deixar em paz esta vida, meu
Senhor’, disse ele. Então, ele olhou para Maria e disse: ‘E tu, mulher, uma
espada de dor irá transpassar teu coração por conta do sofrimento que deve
recair sobre o teu filho’.
A Santíssima Virgem sabia que havia dado à luz o Salvador da
humanidade, então ela compreendeu e aceitou imediatamente a profecia de Simeão.
Por mais que seu coração tivesse sido tocado profundamente pela graça de ser
portadora do menino Jesus, ele permanecia pesado e atormentado, afinal ela
sabia o que havia sido escrito a respeito das provações e subsequente morte do
Salvador. Sempre que via seu filho, ela era constantemente relembrada dos
sofrimentos aos quais ele seria submetido, até que esse sofrimento tornou-se
inerente ao dela.
Oração: Querida Mãe Maria, cujo coração padeceu além da
conta por nós, ensinai-nos a sofrer como vós sofrestes e, através do amor, a
aceitar todo sofrimento pelo qual Deus considerar necessário que passemos. Que
nós soframos, e que nosso sofrimento possa ser reconhecido por Deus somente,
como o foi o vosso e o de vosso filho, Jesus. Não deixai que demonstremos o
nosso sofrimento ao mundo, para que assim ele valha mais e possa ser usado para
reparar os pecados de todos. A vós, ó Mãe, que sofrestes com o Salvador, nós
oferecemos nosso sofrimento e o do mundo, por sermos todos filhos vossos. Uni
nossas dores às vossas e às de Nosso Senhor Jesus Cristo e então oferecei-as a
Deus nosso pai, para que Ele as reconheça – vós que sois a Mãe maior de tudo o
que há.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pela dor que o vosso
terno coração sentiu com a profecia do velho santo Simeão. Ó Mãe querida, pelo
vosso tão aflito coração, concedei-me a virtude da humildade e o dom salutar do
temor de Deus. Amém.
Reza-se um Pai-Nosso e sete Ave-Marias.
2. Mistério da Segunda Dor de Maria: a fuga para o Egito
Reza-se a jaculatória: Ó Mãe de Misericórdia, lembrai-nos
sempre das dores de vosso filho, Jesus Cristo.
Meditação: O coração de Maria se partiu e suas perturbações
só aumentaram quando José lhe contou as palavras do anjo: eles deveriam
levantar imediatamente e partir para o Egito, porque o rei Herodes estava à
procura de Jesus para matá-lo. A Santa Virgem não teve nem tempo para decidir o
que levar e o que deixar; ela pegou seu filho e deixou todo o resto, saindo às
pressas, à frente de José, para que fossem rápidos conforme Deus havia pedido.
Ela, então, disse: ‘Ainda que Deus tenha poder sobre tudo, Ele quer que fujamos
com Jesus, Seu filho. Deus nos mostrará o caminho e nós chegaremos lá sem que o
inimigo nos acompanhe’.
Por ser a mãe de Jesus, a Virgem Santíssima o amava mais do
que qualquer outra pessoa. Seu coração se perturbava profundamente só de pensar
no incômodo de seu filho e, portanto, ela sofreu muito por ele ter passado frio
e temor. Enquanto ela e seu marido estavam cansados, com sono e com fome
durante a viagem de fuga, o pensamento de Maria sempre se focava na segurança e
no conforto de seu filho. Ela temia se encontrar cara a cara com os soldados
ordenados para matar Jesus, afinal ela sabia que o inimigo ainda estava em
Belém. Seu coração permaneceu angustiado durante toda a fuga. Ela também sabia
que, no lugar para o qual estavam indo, eles não encontrariam rostos amigáveis
que os dessem boas-vindas.
Oração: Querida Mãe Maria, que tanto sofrestes, dai-nos o
vosso coração tão valente. Dai-nos força para que sejamos também corajosos e
aceitemos com amor os sofrimentos que Deus colocar em nosso caminho. Ajudai-nos
também a aceitar todo sofrimento que a nós mesmos sujeitamos e que nos são
infligidos por outros. Ó Mãe do Céu, vós somente purifiqueis o nosso
sofrimento, para que sejamos gratos a Deus e tenhamos salvas as nossas almas.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pela angústia que o
vosso sensibilíssimo coração experimentou com a fuga para o Egito e a
permanência naquela terra estranha. Mãe querida, pelo vosso coração tão
angustiado, alcançai-me a virtude da liberalidade, especialmente com os pobres,
e o dom da piedade. Amém.
Reza-se um Pai-Nosso e sete Ave-Marias.
3. Mistério da Terceira Dor de Maria: a perda de Jesus no
Templo
Reza-se a jaculatória: Ó Mãe de Misericórdia, lembrai-nos
sempre das dores de vosso filho, Jesus Cristo.
Meditação: Jesus é o único filho gerado por Deus, mas ele
foi também filho de Maria. A Virgem Santíssima amou Jesus mais do que ela
mesma, porque ele era Deus. Comparado a outras crianças, ele era único
justamente porque já vivia como Deus. Quando Maria perdeu Jesus, na volta de
Jerusalém, o mundo fez-se tão vasto e fez dela tão solitária que ela sentiu que
não poderia continuar vivendo sem ele, tão grande era seu sofrimento (ela
sentiu a mesma dor que seu filho sentiu mais tarde, quando seus discípulos o
abandonaram durante sua Paixão).
Enquanto procurava ansiosamente por seu filho amado, uma dor
profunda atravessava o coração da Santa Mãe. Ela se culpava, se perguntava como
tinha sido possível que não tivesse tido mais cuidado com ele. Mas não era
culpa dela; Jesus não mais precisava de sua proteção, como até então havia
precisado. O que doía mesmo em Maria era o fato de que seu filho havia decidido
ficar sem o consentimento dela. Jesus havia agradado a ela em tudo: nunca a
havia irritado de forma alguma e nem tinha feito desfeita alguma para com os
seus pais. No entanto, ela sabia que ele sempre fazia aquilo que era necessário
e, portanto, nunca suspeitou de sua obediência.
Oração: Querida Mãe Maria, ensinai-nos a aceitar todos os
nossos sofrimentos por conta de nossos pecados e também para que sirvam de
reparação pelos pecados do mundo.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pela tristeza e
inquietação que o vosso coração sofreu com a perda do vosso amado Jesus. Mãe
querida, pelo vosso coração tão vivamente agitado, alcançai-me a virtude da
castidade e o dom da ciência. Amém.
Reza-se um Pai-Nosso e sete Ave-Marias.
4. Mistério da Quarta Dor de Maria: o encontro com Jesus a
caminho do Calvário
Reza-se a jaculatória: Ó Mãe de Misericórdia, lembrai-nos
sempre das dores de vosso filho, Jesus Cristo.
Meditação: Maria viu Jesus carregar a pesada cruz sozinho –
a mesma na qual ele seria crucificado. Isso não surpreendeu a Virgem Santa
porque ela já sabia da morte iminente de Nosso Senhor. Vendo que seu filho já
estava quase abatido pelos inúmeros e duros golpes dos soldados, ela se enchia
de angústia com a sua dor.
Os soldados continuavam a puxá-lo e a apressá-lo, ainda que
ele não tivesse forças sobrando. Ele caiu, exausto, incapaz de se reerguer.
Naquele momento, os olhos de Maria, que tanto já haviam se enchido de amor e
compaixão, encontraram os dele, cheios de dor e cobertos de sangue. Seus
corações, parecia, dividiam o fardo: toda dor que ele sentia, ela sentia
também. Eles sabiam que não podiam fazer nada, a não ser esperar e acreditar em
Deus e dedicar seus sofrimentos a Ele. Tudo que podiam fazer era colocar tudo
nas mãos de Deus.
Oração: Querida Mãe Maria, tão arrasada pela dor, ajudai-nos
a suportar nossos sofrimentos com amor e coragem, para que possamos aliviar o
vosso coração pesaroso e também o de Jesus, vosso filho. Ao fazê-lo, que
possamos glorificar Deus por ter nos dado Jesus, Seu filho amado, e também vós,
ó Santa Mãe. Ensinai-nos a sofrer paciente e silenciosamente, como vós
sofrestes. Concedei a graça de amar Deus em tudo. Ó Mãe Dolorosa, a mais aflita
dentre todas as mães, tende piedade de nós, pecadores do mundo inteiro.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pela consternação que
do vosso maternal coração se apoderou quando encontrastes Jesus com a pesada
cruz a caminho do Calvário. Mãe querida, pelo vosso coração tão duramente
provado, alcançai-me a virtude da paciência e o dom da fortaleza. Amém.
Reza-se um Pai-Nosso e sete Ave-Marias.
5. Mistério da Quinta Dor de Maria: aos pés da cruz
Reza-se a jaculatória: Ó Mãe de Misericórdia, lembrai-nos
sempre das dores de vosso filho, Jesus Cristo.
Meditação: A Santíssima Virgem Maria continua a subir o
monte do Calvário, seguindo de perto a Jesus, dolorosa e tristemente, embora
sofresse em silêncio. Ela pôde vê-lo cambaleando e caindo com a cruz mais
algumas vezes, e testemunhou seu filho sendo golpeado impiedosamente pelos
soldados, que o puxavam pelo cabelo para que ficasse novamente em pé.
Além de ser inocente, Jesus, quando chegou ao topo do
Calvário, foi ordenado a se manifestar perante a multidão, para que pudessem rir
dele. Maria sentiu profundamente a dor e a humilhação de seu filho,
particularmente quando seus opressores forçaram-no a despir o que havia sobrado
de sua roupa. A Santa Mãe teve dores no coração ao ver aqueles tiranos
crucificarem seu filho praticamente nu, envergonhando-o terrivelmente apenas
para agradar a multidão zombeteira (ele e Maria sentiam mais vergonha do que as
pessoas normais, porque eram santos e não conheciam o pecado).
A abençoada Virgem Maria sentiu uma dor insuportável quando
Jesus foi estirado na cruz. Seus assassinos cantavam alegremente enquanto se
aproximavam dele com martelos e pregos. Sentaram-se em cima dele, para que não
pudesse se mover, enquanto o fincavam na cruz. Ao martelarem em suas mãos e
pés, Maria sentiu os golpes em seu coração; os pregos perfuraram também a sua
carne enquanto rasgavam o corpo de seu filho. Ela sentia a própria vida se
desvanecendo.
Quando os soldados ergueram a cruz para encaixá-la no buraco
que haviam cavado, eles empurraram-na para que caísse deliberadamente e, assim,
fizesse com que o peso do corpo de Jesus rasgasse ainda mais suas mãos e
expusesse seus ossos. A dor trespassou seu corpo como fogo líquido. Ele
suportou três excruciantes horas pregado à cruz, mas a dor física que sentia
não era nada comparada à dor agonizante que sentia no coração por ser obrigado
a ver que sua mãe assistia ao seu sofrimento de perto. Misericordiosamente, ele
então morre.
Oração: Querida Mãe Maria, Rainha dos Mártires, dai-nos a
coragem que tivestes durante todo seu sofrimento para que possamos unir os
nossos sofrimentos com os vossos e glorificar a Deus. Ajudai-nos a seguir os
mandamentos que ele nos deixou, e também os da Igreja, para que o sacrifício de
Nosso Senhor Jesus Cristo não seja em vão e todos os pecadores do mundo sejam
salvos.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pelo martírio que o
vosso generosíssimo coração padeceu, assistindo à agonia de Jesus. Mãe querida,
pelo vosso tão martirizado coração, alcançai-me a virtude da temperança e o dom
do conselho. Amém.
Reza-se um Pai-Nosso e sete Ave-Marias.
6. Mistério da Sexta Dor de Maria: a Virgem Dolorosa recebe
o corpo de Jesus em seus braços
Reza-se a jaculatória: Ó Mãe de Misericórdia, lembrai-nos
sempre das dores de vosso filho, Jesus Cristo.
Meditação: Os amigos de Jesus, José de Arimateia e
Nicodemos, desceram da cruz seu corpo morto e o colocaram nos braços abertos de
sua Mãe Santíssima. Maria, então, lavou-o com profundo respeito e amor, pois
era sua mãe e sabia melhor do que ninguém que ele era Deus incarnado, que tinha
tomado um corpo de homem para ser o Salvador de todos os homens.
Maria podia ver as feridas da flagelação pela qual Jesus
havia passado por ordens de Pilatos. Sua carna havia sido despedaçada, grandes
tiras haviam sido arrancadas de suas costas. Seu corpo todo havia sido tão
dilacerado que algumas feridas entrecruzavam-se, escancarando-o da cabeça aos
pés. Maria descobriu que as feridas causadas pelos pregos eram menos cruéis que
as causadas pela flagelação e pelo carregamento da cruz. Ela ficou horrorizada
ao notar que seu filho havia sido capaz de carregar aquela cruz tão pesada e
lascada até o Calvário. Ela viu a poça de sangue que havia se formado em sua
testa por causa da coroa de espinhos e, para seu horror completo, ela percebeu
que muitos dos espinhos farpados haviam penetrado tão fundo em sua cabeça que
chegaram até a perfurar seu cérebro.
Olhando para seu filho inteiramente [… ferido], a Santíssima
Mãe sabia que sua morte havia sido muito pior do que a tortura reservada ao
mais perverso dos criminosos. Enquanto limpava seu corpo, ela se recordava dele
em cada etapa de sua curta vida, rememorava o primeiro olhar que deu ao seu
rosto de recém-nascido enquanto estavam ainda deitados na manjedoura, e se
lembrou também de cada dia que se sucedeu a esse, até o fatídico e dilacerante
momento em que ela banhava gentilmente o seu corpo sem vida. Sua angústia era
implacável no momento em que preparava seu filho e Senhor para o sepultamento,
mas ela permanecia valente e forte, tornando-se assim a verdadeira Rainha dos
Mártires. Enquanto lavava seu filho, ela rezou por todos, para que
conhecêssemos as riquezas do Paraíso e entrássemos pelos portões do Céu. Ela
rezou por cada uma das almas do mundo, para que abraçassem a fé em Deus e,
assim, fizessem com que a morte dolorosa de seu filho não fosse em vão e
beneficiasse toda a humanidade. Maria rezou pelo mundo; ela rezou por todos
nós.
Oração: Querida Mãe Maria, nós vos agradecemos pela vossa
valentia ao suportar a dor de assistir o vosso filho padecer na cruz até o fim,
para confortá-lo. No momento em que o nosso Salvador deu seu último suspiro,
vós vos tornastes uma grande mãe de todos nós; vós vos tornastes a Santa Mãe do
mundo. Bem sabemos que tendes mais amor por nós do que os nossos próprios pais,
e nós vos imploramos: sede a nossa advogada perante o trono da graça e da
misericórdia divinas, para que possamos realmente nos tornar vossos filhos. Nós
vos agradecemos por Jesus, nosso Salvador e Redentor, e agradecemos a Jesus por
ter vos dado a nós. Rogai por nós, ó Santa Mãe de Deus.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pela ferida que abriu
no vosso piedosíssimo coração a lança que rasgou o lado de Jesus e feriu o seu amabilíssimo
coração. Mãe querida, pelo vosso coração assim trespassado, alcançai-me a
virtude da caridade fraterna e o dom do entendimento. Amém.
Reza-se um Pai-Nosso e sete Ave-Marias.
7. Mistério da Sétima Dor de Maria: Jesus é sepultado
Reza-se a jaculatória: Ó Mãe de Misericórdia, lembrai-nos
sempre das dores de vosso filho, Jesus Cristo.
Meditação: A vida da Santíssima Virgem Maria foi tão
proximamente ligada à de Jesus que ela achou que não havia mais motivo para
continuar vivendo após a morte de seu filho. O único consolo que ela tinha era
o de saber que a morte do filho havia dado fim àquele seu sofrimento
inenarrável. Nossa Mãe Dolorosa, com a ajuda de João e da outra santa mulher,
colocou cuidadosamente o corpo de Jesus no sepulcro e o deixou lá, como se
fazia com todos os outros mortos. Ela foi para casa com uma dor terrível e uma
tristeza aguda; pela primeira vez, ela estava sem ele e essa solidão era um
novo tipo de dor, mais amargo. Seu coração vinha morrendo desde que o coração
de seu filho havia parado de bater, mas ela ainda assim estava certa de que o
nosso Salvador logo ressuscitaria.
Oração: Querida Mãe Maria, cuja beleza supera a de todas as
mães; ó Mãe de Misericórdia, Mãe de Jesus e de todos nós, nós somos os vossos
filhos e colocamos toda a nossa confiança em vós. Ensinai-nos a ver Deus em
todas as coisas e situações, até mesmo em nossos sofrimentos. Ajudai-nos a
entender a importância de sofrer e também o sentido que tem o nosso sofrimento,
de acordo com a vontade de Deus.
Vós fostes concebida sem pecados e preservada do pecado, a
ainda sim sofrestes mais do que qualquer um de nós. Vós aceitastes o sofrimento
e a dor com amor e insuperável coragem. Vós ficastes ao lado de vosso filho
desde que ele foi preso até que morresse. Vós sofrestes com ele, sentistes
todas as dores e tormentos que ele teve. Vós cumpristes a vontade de Deus nosso
Pai, e, de acordo com a Sua vontade, vos tornastes nossa salvadora junto de
Jesus. Nós vos suplicamos, ó Mãe, que nos ensineis a fazer como fez Jesus:
ensinai-nos a aceitar nossa cruz com coragem. Nós confiamos em vós, ó
misericordiosa mãe, então ensinai-nos a nos sacrificar por todos os pecadores
do mundo. Ajudai-nos a seguir os passos de vosso filho e a sermos capazes até
de dar a nossa vida pelo outro.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pela dor intensa que
amargurou o vosso amantíssimo coração na sepultura de Jesus. Mãe querida, pelo
vosso imaculado coração, amargurado ao extremo, alcançai-me a virtude da
diligência e o dom da sabedoria. Amém.
Reza-se um Pai-Nosso e sete Ave-Marias.
Oração Final: Ó Rainha do Mártires, vosso coração muito
sofreu. Eu vos imploro pelo mérito das lágrimas que chorastes durante esses
períodos tristes e terríveis, que concedeis a mim e a todos os pecadores do
mundo a graça de nos arrependermos sincera e verdadeiramente. Amém.
Reza-se três vezes a jaculatória: Ó Maria, que foi concebida
sem pecado e sofreu por todos nós, rogai por nós!
Encerra-se o Terço com o Sinal da Cruz: Em nome do Pai, e do
Filho e do Espírito Santo. Amém.
"Ó Mãe das Dores, Rainha dos mártires, que tanto
chorastes vosso Filho morto para me salvar, alcançai-me uma verdadeira
contrição dos meus pecados e uma sincera mudança de vida, com uma incessante e
terna compaixão pelos sofrimentos de Jesus e pelos vossos.
Enfim, ó minha Mãe, pela dor que experimentastes quando o
vosso divino Filho, no meio de tantos tormentos, inclinando a cabeça, expirou a
vossa vista sobre a cruz, eu vos suplico que me alcanceis uma boa morte. Por
piedade, ó Advogada dos pecadores, não deixeis de amparar a minha alma na
aflição e no combate da terrível passagem desta vida para a eternidade. E como
é possível que nesse momento a palavra e a voz me faltem para pronunciar o
vosso nome e o de Jesus, nomes que são toda a minha esperança, rogo-vos desde
já a vosso Divino Filho e a Vós, que me socorrais nesta hora extrema, e assim
direi: JESUS e MARIA, entrego-vos a minha alma."
LADAINHA DE NOSSA SENHORA DAS DORES:
Senhor, tende piedade de nós
Jesus Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós
Jesus Cristo, ouvi-nos
Jesus Cristo, atendei-nos
Deus, Pai dos céus, tende piedade de nós
Deus, Filho Redentor do mundo, tende piedade de nós
Deus, Espírito Santo, tende piedade de nós
Santíssima Trindade que sois um só Deus, tende piedade de
nós
Santa Maria, rogai por nós
Santa mãe de Deus,
Santa Virgem das Virgens,
Mãe do Crucificado,
Mãe dolorosa,
Mãe lacrimosa,
Mãe aflita,
Mãe desamparada,
Mãe desolada,
Mãe privada do filho,
Mãe transpassada pela espada,
Mãe nas dores imersa,
Mãe cheia de angustias,
Mãe com o coração à cruz cravada,
Mãe tristíssima,
Fonte de lágrimas,
Cúmulo de sofrimentos,
Espelho de paciência,
Rocha de constância,
Âncora de confiança,
Refúgio dos abandonados,
Defesa dos oprimidos,
Refúgio dos incrédulos,
Alívio dos míseros,
Cura dos languentes,
Força dos débeis,
Porto dos náufragos,
Quiete nas tempestades,
Recurso dos necessitados,
Terror dos demônios,
Tesouro dos fieis,
Luz dos profetas,
Guia dos apóstolos,
Coroa dos mártires,
Baluarte dos confessores,
Pérola das virgens,
Consolação das viúvas,
Mãe dos órfãos,
Letícia de todos os santos,
Cordeiro de Deus que tirar os pecados do mundo, perdoai-nos
Jesus.
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos
Jesus.
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, tende
piedade de nós, Jesus.
- Rogai por nós ó Virgem Dolorosíssima.
- Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
ORAÇÃO: À vossa eficaz proteção recorremos, ó Virgem
Dolorosíssima e bendita; livrai-nos de todos os perigos e salvai-nos pelos
merecimentos de vosso Filho Jesus Cristo, Redentor nosso, triunfador do poder
das trevas. Assim seja.
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