Olá irmãos, SALVE MARIA!
Como já é sabido por todos que amam Nossa Senhora, estamos vivendo um ano especialmente mariano, já que vamos comemorar os 100 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima,em Portugal, e 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba, no Brasil.
Tenho sido incomodada a intensificar minhas orações neste ano, com o desafio, que proponho a você servo de Maria, de oferecer a Nossa Senhora 100 Rosários até o dia 13 de Maio em honra aos 100 anos de sua aparição.
Sei que é um grande desafio, porém, não tenho como negar a imensa necessidade de interceder pela humanidade, de alguma forma auxiliando Nossa Senhora com nossas orações.
Outra moção do Espirito Santo é a de se fazer as cinco comunhões reparadoras nos próximos primeiros cinco sábados do mês em desagravo as ofensas dirigidas ao Imaculado Coração.
Como confirmação deste grande pedido de Nossa Senhora em meu coração, meu pároco postou uma imagem horrível de uma pastora martelando a imagem de Nossa Senhora Aparecida...chego a tremer por tamanha ofensa a Nossa querida mãezinha...
Outro dia ouvi em uma palestra que o rosário martela a cabeça do inimigo, por isto vamos intensificar a oração do rosário, fazendo-o com mais frequência que conseguirmos, para reparar as "marteladas" que a pastora deflagrou na imagem de Nossa Senhora Aparecida.
No dia 13 de julho de 1017, Nossa Senhora pediu as crianças que fizessem a comunhão reparadora nos cinco primeiros sábados em desagravo aos pecados cometidos contra o seu Imaculado Coração.
Minha proposta é para que você aceite o convite de Nossa Senhora e já no mês de fevereiro, neste ano mariano, inicie as cinco comunhões reparadoras em honra ao Imaculado Coração de Maria.
Eu vou fazer, vamos também?
Segue um texto explicativo para que você fique bem ciente das promessas que Nossa querida Mãe fez aos que atendem, com o coração cheio de amor, o seu pedido.
Também este texto esclarece o que é preciso fazer para completar com êxito esta linda devoção e consagração.
Nossa mãezinha está precisando muito de nossa oração afim de que o seu Imaculado Coração atinja e salve muitas almas, inclusive aquelas de sua família.
Então, Nossa Senhora pode contar com sua ajuda?
Que todos aqueles que amam Maria se unam, neste ano mariano, para atender aos seus apelos maternais e sejam seus servos, como na Bodas de Caná, peças fundamentais para o milagre da transformação dos corações...
Vamos encher as talhas com as nossas orações, atendendo ao pedido da Mãe?
Deus nos abençoe e nosso anjo da guarde nos ajude a cumprir com fidelidade, fervor e fé esta santa intenção reparadora!
A PAZ!
A devoção reparadora dos cinco
primeiros sábados do mês
Preâmbulo
Os dois pedidos de 13 de julho de
1917.
A 13 de junho de 1917, a
Santíssima Virgem disse à Lúcia: “Jesus quer estabelecer no mundo a devoção do
meu Imaculado Coração”. Depois os três pastorzinhos viram Nossa Senhora tendo
em sua mão direita um coração cercado de espinhos. Compreenderam que era o
Coração Imaculado de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que pedia
reparação.
No dia 13 de julho, a rainha do
céu repetiu as mesmas palavras e as esclareceu fazendo dois pedidos concretos e
precisos: “Se fizerem o que vou vos dizer, muitas almas serão salvas e haverá
paz. [...] Voltarei para pedir a consagração da Rússia ao meu Coração Imaculado
e a devoção reparadora dos primeiros sábados (do mês).”
De fato, Nossa Senhora realizou
perfeitamente sua promessa:
- Ela veio pedir expressamente a
consagração da Rússia à irmã Lúcia, em Tuy, na Espanha, em 13 de junho de 1929:
É chegado o momento em que Deus
pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os bispos do mundo, a
consagração da Rússia a meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este
meio. São tantas as almas que a Justiça de Deus condena pelos pecados contra
mim cometidos, que venho pedir reparação:
sacrifica-te por esta intenção e ora.
- Quanto à devoção reparadora dos
primeiros sábados do mês, Nossa Senhora veio explicar à Lúcia, no dia 10 de
dezembro de 1925, em Pontevedra na Espanha, onde a vidente era jovem postulante
à vida religiosa, nas irmãs dorotéias. Em dezembro de 1927, irmã Lúcia, por
ordem de seu confessor, escreveu um relatório dessa aparição, mas por
humildade, escreveu este texto na terceira pessoa:
Dia 10 de dezembro de 1925,
apareceu-lhe a Santíssima Virgem e, ao lado, suspenso em uma nuvem luminosa, um
Menino. A Santíssima Virgem pondo-lhe no ombro a mão, mostrou-lhe ao mesmo
tempo um coração que tinha na outra mão, cercado de espinhos. Ao mesmo tempo
disse o Menino: “Tem pena do Coração de tua Santíssima Mãe que está coberto de
espinhos, que os homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam, sem haver quem
faça um ato de reparação para os tirar”. Em seguida, disse a Santíssima Virgem:
Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos, que os homens ingratos a
todos os momentos Me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de
Me consolar, e dize que todos aqueles que durante cinco meses, no primeiro
sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço, e Me
fizerem quinze minutos de companhia, meditando nos quinze mistérios do Rosário,
com o fim de me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte com
todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.”
Notemos que se o ato de
consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria depende diretamente da boa
vontade da autoridade hierárquica da Igreja (papa e bispos), a devoção
reparadora dos primeiros sábados do mês foi pedida a todos os católicos. Desta
prática depende a salvação de muitas almas e mesmo a paz do mundo. Daí a
importância de todo aquele que é batizado, saber exatamente em que ela
consiste.
Mas antes, vejamos como a divina
Providência preparou as almas para receber esta devoção.
Premissas de uma devoção
Nossa Senhora, quando pediu à
irmã Lúcia, em 10 de dezembro de 1925, em Pontevedra, a prática da devoção
reparadora dos cinco primeiros sábados do mês, não estava inovando: este pedido
celeste aparece como o apogeu de um movimento de piedade nascido muito tempo
antes e encorajado pela Santa Sé desde de 1889.
Sábado, dia consagrado especialmente à Santíssima Virgem
Esta tradição imemorável data, com toda certeza, dos
primeiros séculos da Igreja: a presença da Missa de Nossa Senhora nos Sábados,
no missal romano de São Pio V, de 1570, mostra a antigüidade desta prática que
consiste em honrar especialmente a Santa Mãe de Deus nesse dia da semana,
depois de ter consagrado o dia da sexta feira para comemorar a paixão de Nosso
Senhor e os sofrimentos de seu Sagrado Coração.
Foi apoiando-se nesta piedosa
tradição que os membros das Confrarias do Rosário habituaram-se a consagrar
especialmente à Nossa Senhora, quinze sábados consecutivos de cada ano
litúrgico: durante esses quinze sábados, eles se aproximavam dos sacramentos e
cumpriam exercícios de piedade particulares em honra dos quinze mistérios do
santo rosário. Em 1889, o papa Leão XIII concedeu a todos os fiéis uma
indulgência plenária a ser ganha durante um desses quinze sábados.
O primeiro sábado do mês
Foi com o grande papa São Pio X
que a devoção dos primeiros sábados do mês foi aprovada e encorajada por Roma..
Em 10 de julho de 1905, ele indulgenciou pela primeira vez esta devoção:
“Todos os fiéis que, no primeiro
sábado ou primeiro domingo de doze meses consecutivos, consagrarem algum tempo
com a oração vocal ou mental em honra da Virgem Imaculada em sua Conceição
ganham, cada um desses dias, uma indulgência plenária. – Condições: confissão,
comunhão e oração nas intenções do soberano pontífice”.
A devoção reparadora dos primeiros sábados do mês.
Em 13 de junho de 1912, São Pio X
concedia novas indulgências à devoção dos primeiros sábados do mês, insistindo
muito na intenção reparadora com a qual esta devoção devia ser praticada:
“A fim de promover a devoção dos
fiéis para a gloriosa e imaculada Mãe de Deus, e para favorecer o piedoso
desejo de reparação dos fiéis (et ad fovendum pium reparationis desiderium)
diante das blasfêmias execráveis proferidas contra o seu augusto nome e as
celestes prerrogativas desta mesma bem-aventurada Virgem, Pio X, papa pela
divina Providência, dignou-se conceder uma indulgência plenária, aplicável às
almas dos defuntos, no primeiro sábado de cada mês, por todos aqueles que,
nesse dia, se confessarem, comungarem, cumprirem exercícios particulares de
devoção em honra da bem-aventurada Virgem Maria, em espírito de reparação como
indicado acima (in spiritu reparationis, ut supra) e rezarem nas intenções do
soberano pontífice.
Notemos a providencial
coincidência das datas: 13 de junho de 1912, são cinco anos, dia por dia antes
da segunda aparição de Nossa Senhora em Fátima, durante a qual os três
pastorinhos testemunharam a primeira grande manifestação do Imaculado Coração
de Maria vendo-o “cercado de espinhos que pareciam enterrados nele”.
“Compreendemos, escreveu Lúcia sobre isto em 1941, na sua quarta Memória, que
era o Imaculado Coração de Maria
ultrajado pelos pecados da humanidade que queria reparação”.
Os termos empregados por São Pio
X anunciam quase exatamente os termos do pedido de Nossa Senhora em Pontevedra,
em 1925: nos dois casos, é sublinhada a extrêma importância da intenção
reparadora, única capaz de afastar e apaziguar a cólera de Deus.
Em Fátima e em Pontevedra, Nossa
Senhora não é, pois, inovadora: ela veio dar a ratificação do Céu e um novo
impulso a um movimento de piedade mariano enraizado na mais pura tradição
católica, para encorajar a todos nós, a participarmos dele.
A intenção reparadora, chave desta devoção.
Respondamos, primeiramente, a uma
objeção que muitas vezes escutamos da parte de pessoas pouco esclarecidas no
domínio da fé. Essas pessoas contestam esta devoção afirmando que ela se opõe à
perseverança na vida cristã: com efeito, dizem, bastaria praticar uma só vez na
vida a devoção reparadora para ter assegurado sua salvação eterna; depois, as
almas poderiam fazer o que quisessem, deixar a prática religiosa e cair nos
piores pecados, pois estariam de qualquer maneira salvos para a eternidade! É
fácil refutar esta objeção: uma alma que cumprir a devoção reparadora com tal
espírito não obteria a graça da perseverança final, ligada por Nossa Senhora a
esta prática, já que ela não a faria com reta intenção (condição indispensável
a todos nossos atos religiosos e de devoção, para receber as bênçãos e graças
de Deus) nem com o cuidado de reparar e consolar o Coração de Maria! Tal
prática equivaleria, ao contrário, em abusar gravemente da misericórdia de
Deus, utilizando a promessa da salvação eterna feita por Nossa Senhora para
legitimar todos os pecados que fossem cometidos em seguida; isto é o pecado de
presunção de sua salvação que é um dos sete pecados contra o Espírito Santo!
Reparar pelos pecadores.
As almas que querem praticar a
devoção dos primeiros sábados do mês conforme a vontade do Céu, devem fazê-la
na intenção geral de reparar e consolar Nossa Senhora, em substituição dos
pobres pecadores que ultrajam e blasfemam contra ela: trata-se, por caridade
fraterna, de “implorar o perdão e a misericórdia em favor das almas que
blasfemam contra Nossa Senhora porque, a essas almas, a misericórdia divina não
perdoa sem reparação”. Foi isso que afirmou Nosso Senhor a Lúcia em 29 de maio
de 1930, depois de ter revelado as cinco espécies de ofensas e de blasfêmias
que se trata de reparar (infra):
“Eis, minha filha, porque motivo
o Imaculado Coração de Maria me inspirou
para pedir esta pequena reparação e em consideração a ela, comover minha
misericórdia para perdoar às almas que
tiveram a infelicidade de ofendê-lo. Quanto a ti, procure sem cessar, por tuas
orações e teus sacrifícios, comover minha misericórdia em relação às pobres
almas.”
Esta intenção reparadora, movida
pela caridade fraterna, deveria nos dar um grande zelo para cumprir a devoção
dos primeiros sábados não apenas cinco vezes em nossa vida, para assegurar a
salvação pessoal, mas cada primeiro
sábado, a fim de permitir a salvação
eterna do maior número possível de pecadores. Porque aí está um dos
grandes objetivos da devoção reparadora ao Imaculado Coração de Maria: “salvar
almas, muitas almas, todas as almas”.
Ora, o conjunto de acontecimentos
sobrenaturais de Fátima, Pontevedra e Tuy nos mostra claramente e repetidas
vezes, que são muitas as almas condenadas à eternidade:
- A 13 de julho de 1917, os três
pastorinhos têm a visão do inferno, que
está longe de ser um lugar vazio:
Nossa Senhora mostrou-nos um
grande mar de fogo [...]. Mergulhado nesse fogo, os demônios e as almas [...]
almas flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas, que delas mesmas saíam, com
nuvens de fumo caindo para todos os lados, semelhante ao cair das fagulhas nos
grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e de
desespero que horroriza e fazia estremecer de pavor.
- A 19 de agosto de 1917, no fim
da aparição, Nossa Senhora diz aos três videntes:
Rezai, rezai muito e fazei
sacrifícios pelos pecadores; que vão muitas almas para o inferno por não haver
quem se sacrifique e peça por elas.
- A 13 de junho de 1929, na
aparição de Tuy, Nossa Senhora concluiu a teofania trinitária com a qual Lúcia
foi gratificada, por essas terríveis e surpreendentes palavras:
São tantas as almas que a Justiça
de Deus condena por pecados contra mim cometidos que venho pedir reparação. Sacrifica-te por esta
intenção e reza.
Irmã Lúcia sempre afirmou que o
número de almas danadas era muito grande. Ela conclui assim sua carta para um
jovem, tentado a abandonar o seminário: “Não se surpreenda se falo tanto do
inferno. Esta é uma verdade que é necessária lembrar muito nos tempos
presentes, porque é esquecida: é um turbilhão de almas que caem no inferno.
Então, o senhor não acha que são bem empregados todos os sacrifícios que é
preciso fazer para não ir para lá e para impedir que muitos outros caiam lá?”.
E ao Padre Lombardi que, em outubro de 1953, a interrogou sobre o inferno, ela
respondeu: “Padre, numerosos são aqueles que são condenados.[...] Padre,
muitos, muitos se perderão.”
Obter a conversão de um pecador
É também louvável e frutífero
praticar esta devoção para obter a conversão desse ou daquele grande pecador de
nossas relações. A carta da irmã Lúcia ao bispo titular de Gurza, de 27 de maio
de 1943, já citada, esclarece muito bem sobre o poder e eficácia sobrenatural
da devoção aos Santíssimos Corações de Jesus e Maria:
“Os Santíssimos corações de Jesus
e Maria amam e desejam este culto [para com o Coração de Maria] porque dele se
servem para atrair todas as almas a eles e isto é tudo o que desejam: salvar as
almas, muitas almas, todas as almas”. Nosso Senhor me dizia, há alguns dias:
“Desejo ardentemente a propagação do culto e da devoção ao Coração de Maria
porque este Coração é o ímã que atrai as almas para mim, a fornalha que irradia
na terra os raios de minha luz e de meu amor, fonte inesgotável de onde brota
na terra a água viva de minha misericórdia”.
Pondo toda sua confiança no
Imaculado Coração de Maria, muitos católicos portugueses praticaram a devoção
reparadora dos cinco primeiros sábados em favor de um próximo, grande pecador e
bem afastado da vida cristã. Entre outros, este belo testemunho de uma senhora
de Guimarães (norte de Portugal), publicado no boletim de agosto de 2001 da
Cruzada Eucarística das crianças de Portugal: esta mulher conta que ela tinha
um irmão repatriado de Moçambique, que era um revoltado e um blasfemador. Tinha
abandonado a esposa legítima para viver com outra mulher, da qual tinha dois
filhos. Para obter do Imaculado Coração de Maria a sua conversão, sua irmã fez
por ele e em seu lugar, a devoção dos cinco primeiros sábados do mês:
“No começo de agosto de 1981, meu
irmão estava muito mal. Quando lhe perguntaram se queria ver um padre, proferiu
blasfêmias contra os padres. Como a doença se agravava, deu entrada em um
hospital de Braga. Os outros doentes diziam que ele não tinha um momento de
repouso, nem de dia, nem de noite e que não deixava ninguém em paz. Para grande
estupefação de todos, em 18 de agosto de 1981, pediu várias vezes um padre.
Dois padres vieram administrar os últimos sacramentos. Imediatamente depois que
eles saíram inclinou a cabeça para o lado e morreu. Sem dúvida, foi o Coração
Imaculado de Maria que salvou meu pobre irmão, que fora tão pecador. Não queria
olhar para ele depois de morto, temendo ver seu rosto deformado como o tinha
durante sua doença. Mas não pude resistir e me aproximei durante a missa, que
teve lugar na capela do hospital. Ele não parecia o mesmo homem! Estava tão
bonito, sorridente. Parecia que sua amargura se transformara em alegria”.
O que é preciso fazer
Uma alma cristã que deseje
realizar perfeitamente a devoção reparadora dos primeiros sábados do mês deve
fazer, durante cinco primeiros sábados consecutivos, na intenção geral de
reparar seus próprios pecados e os de toda a humanidade, junto ao Coração
Imaculado de Maria, quatro atos diferentes de piedade:
1 - A confissão, que pode
ser antecipada, até mesmo mais de oito dias, se for impossível ou muito difícil
se confessar no primeiro sábado. O mais importante é ter a intenção, se confessando,
de reparar o Coração Imaculado de Maria. (É preciso também, naturalmente, estar em estado de graça no primeiro sábado
do mês a fim de fazer uma boa e frutífera comunhão.) A intenção reparadora deve
ser dita ao confessor? Irmã Lúcia nunca mencionou se é preciso dizer alguma
coisa ao padre. Uma formulação interior, puramente mental, é suficiente. Nosso
Senhor até mesmo acrescentou que aqueles que esquecessem de formular a intenção
reparadora “poderão formulá-la na confissão seguinte, aproveitando a primeira
ocasião que tiverem para se confessar.”
2 – Recitação do terço: Nossa Senhora, em Fátima, insistiu muito na
recitação quotidiana do terço. Foi esse o único pedido que ela repetiu para as
crianças em todas as seis aparições, de 13 de maio a 13 de outubro de 1917:
nesse dia revelou aos pastorinhos sua identidade: “Sou Nossa Senhora do
Rosário”. Não é, pois, de espantar que a recitação do rosário seja encontrada
na devoção reparadora dos primeiros sábados . Além disso, como não existe
oração vocal mais mariana do que o terço, convém que este seja integrado a essa
devoção já que se trata de reparar as ofensas feitas à Nossa Senhora e a seu
Coração Imaculado.
3 – Os 15 minutos de meditação sobre os 15 mistérios do rosário:
Trata-se de “fazer companhia a Nossa Senhora durante15 minutos, meditando sobre
os 15 mistérios do rosário, em espírito de reparação”. Isto não quer dizer que
se deva meditar todo primeiro sábado sobre os 15 mistérios em sua totalidade,
passando um minuto em cada mistério. Ao contrário, cada alma está livre para
organizar seu quarto de hora de meditação como entender, desde que o objeto da
meditação seja os mistérios do rosário. Algumas almas preferirão meditar o
mesmo mistério durante vários primeiros sábados, outras um mistério diferente
cada primeiro sábado, outras ainda três mistérios cada primeiro sábado (cinco
minutos por mistério), etc. Sendo as almas diferentes umas das outras, é normal
que tenham gostos e necessidades espirituais diferentes; é por isso que a
Igreja sempre teve o cuidado de deixar aos fiéis uma grande amplidão para cada
um organizar sua vida espiritual.
4 – A comunhão, que é o ato essencial da devoção reparadora. Para
compreender bem toda sua importância, convém colocá-la em paralelo com a
comunhão das nove primeiras sextas-feiras do mês, pedidas pelo Sagrado Coração
em Paray-le-Monial e com a comunhão milagrosa dos três pastorinhos de Fátima,
no outono de 1916: o Anjo da Guarda de Portugal deu então a esta comunhão um
espírito eminentemente reparador, repetindo seis vezes com as crianças (três
vezes antes da comunhão e três vezes depois) as palavras que são chamadas a
segunda oração do Anjo:
“Santíssima Trindade, Pai, Filho
e Espírito Santo, eu vos adoro profundamente e vos ofereço o preciosíssimo
Corpo, Sangue Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários
da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que ele
mesmo é ofendido; e pelos méritos infinitos de seu Sacratíssimo Coração e do
Imaculado Coração de Maria, peço-vos a conversão dos pobres pecadores.”
No contexto da atual crise da
Igreja é certo que esta intenção reparadora toma uma nova dimensão: quantas
irreverências, sacrilégios são causadas pela reforma litúrgica de Paulo VI: não
apenas pela comunhão dada na mão, como também distribuída a todos os
assistentes sem nunca lembrar a necessidade do estado de graça; pela supressão
das marcas de adoração ao Santíssimo
Sacramento, etc. Hoje, a comunhão dos primeiros sábados deve ser feita
para reparar todas essas profanações.
Um último ponto importante: a
prática da devoção reparadora em seu conjunto “será aceita no domingo que segue
o primeiro sábado, quando meus padres, por motivos justos, o permitirem às
almas.” É pois, aos padres, e não à
consciência individual de cada um, que Jesus confia o cuidado de conceder esta
facilidade suplementar, tão misericordiosa. Por essa concessão, talvez Nosso
Senhor fizesse alusão a estes tempos em que estamos, onde não é sempre fácil
aos fiéis assistir à verdadeira missa no sábado. Em todo caso, esta disposição
torna mais fácil a prática da comunhão reparadora para os católicos fiéis de
hoje.
Disposições requeridas
É muito simples praticar a
devoção reparadora dos primeiros sábados do mês. Está ao alcance de toda alma
que põe um mínimo de generosidade na base de sua vida cristã, ainda mais que o
Céu deu uma grande amplidão para a confissão e a comunhão. Infelizmente, muitas
vezes, a ignorância, a moleza espiritual e a negligência se conjugam para
afastar as almas, mesmo as mais fiéis, desta prática que, no entanto, é tão
salutar, já que Nossa Senhora a ligou à perseverança final e à salvação eterna:
“Prometo assisti-las na hora da morte com todas as graças necessárias à sua
salvação.”
A desproporção entre a pequena
devoção pedida (os primeiros sábados de cinco meses consecutivos, uma só vez na vida!) e a graça
prometida (a salvação eterna de sua alma) ilustra de maneira estrondosa o
grande poder de intercessão concedido à Virgem Maria para a salvação de nossas
almas: Nossa Senhora é verdadeiramente, em virtude de sua maternidade divina,
nossa advogada e nossa medianeira junto ao coração de Deus. Padre Alonso, claretiano espanhol que foi o grande
especialista de Fátima até sua morte em 1982, escreveu sobre este assunto:
“A grande promessa [da salvação
eterna] não é nada mais do que uma nova manifestação deste amor de complacência
da Santíssima Trindade para com a Virgem Maria. Para aquele que compreende isto
é fácil admitir que a humildes práticas estejam ligadas maravilhosas promessas.
Ele se entrega então filialmente à elas com um coração simples e confiante na
Virgem Maria.”
Em algumas linhas o Padre Alonso
nos desvenda algumas boas disposições necessárias para fazer bem esta devoção:
- uma grande simplicidade e humildade de coração;
- uma devoção marial inteiramente filial e cheia de confiança.
O Menino Jesus, aparecendo à irmã
Lúcia em 15 de fevereiro de 1926, nos dá a terceira disposição necessária:
- um fervor profundo.
Com efeito, nesse dia, irmã Lúcia
dirigiu estas palavras ao Menino Jesus:
“Mas meu confessor dizia em sua
carta que esta devoção não fazia falta ao mundo porque já havia muitas almas
que vos recebia todo primeiro sábado, em honra de Nossa
Senhora e dos quinze mistérios do rosário”.
O Menino Jesus lhe respondeu:
“É verdade, minha filha, que
muitas almas começam, mas poucas vão até o fim; e aquelas que perseveram, não
fazem para receber as graças que estão prometidas. As almas que fazem os cinco
primeiros sábados com fervor e com o fim de reparar o Coração de tua Mãe do Céu
me agradam mais do que aquelas que fazem quinze, sem ardor e indiferentes”.
Para falar agora da quarta
disposição requerida para esta prática é preciso lembrar que o Céu nos pede
cinco primeiros sábados de cinco meses consecutivos, e não nove, doze ou
quinze. Porque este número? Lúcia perguntou a Nosso Senhor durante uma Hora
Santa, em 29 de maio de 1930, em Tuy, e lhe foi respondido:
“Minha filha, o motivo é simples. Há cinco espécies de ofensas e de
blasfêmias proferidas contra o Coração Imaculado de Maria:
1 – as blasfêmias contra a imaculada conceição da Virgem Maria;
2 – as blasfêmias contra sua virgindade;
3 – as blasfêmias contra sua maternidade divina, recusando ao mesmo
tempo reconhecê-la como mãe dos homens;
4 – as blasfêmias daqueles que procuram publicamente por no coração das
crianças a indiferença ou o desprezo, ou mesmo o ódio em relação a esta Mãe
imaculada;
5 – as ofensas dos que a ultrajem diretamente nas suas santas imagens."
“Ai está, minha filha, o motivo
pelo qual o Coração Imaculado de Maria me inspirou para pedir esta pequena
reparação”.
Como, hoje em dia, não pensar nos
ataques à dignidade, aos privilégios, às honras devidas à Virgem Maria,
perpetradas pelos próprios homens da Igreja? Lembremos o que se passou no
concilio Vaticano II, onde, longe de definir a mediação universal e a
corredenção de Nossa Senhora, como muitos pediam, os bispos progressistas
conseguiram fazer rejeitar o esquema sobre a Virgem Maria para pô-lo como
simples anexo no esquema sobre a Igreja e isto para agradar aos protestantes;
triste concílio, onde nem mesmo um só texto cita o terço como devoção a ser
encorajado junto aos fiéis. Seguiu-se uma diminuição considerável do culto
mariano em toda a Igreja. A impiedade da nova religião para com Nossa Senhora é
certamente para ser incluída na intenção reparadora daqueles que praticam a
devoção dos primeiros sábados.
Notemos que as três primeiras
espécies de blasfêmias que se trata de reparar vão contra três dogmas de fé
definidos. Pode-se então acrescentar uma quarta disposição às três já citadas:
- convém fazer esta devoção
reparadora com espírito de fé e para pedir a Nossa Senhora a insigne graça de
conservar a verdadeira fé católica em nossas almas, até a hora da nossa morte,
no meio da apostasia geral do mundo que nos cerca, nutrido por utopias malsãs,
de revoltas e de impiedade.
Tomemos a peito reparar a honra
de Nossa Senhora, tão ultrajada pela ingratidão dos homens e para isso
utilizemos a devoção que ela mesmo veio nos indicar, pedindo-lhe com
insistência e perseverança as boas disposições de alma para bem praticá-la.( Padre
Fabrice Delestre)